30 de maio de 2013

Reformar


O Governo Regional dos Açores propôs-se, desde o início da atual legislatura, reformar o Serviço Regional de Saúde, tendo, para esse efeito, convidado todos os partidos a pronunciar-se sobre este importante sistema do estado social, que importa manter e aperfeiçoar.

Esta reforma nada tem a ver com questões financeiras, como erradamente é dito por alguma oposição, tendo antes como objetivo primordial tornar o sistema mais eficiente, mais moderno, mais justo e também mais sustentável.

A reforma pretende, tão só, melhorar o Serviço Regional de Saúde, não porque não seja bom, mas antes para o adaptar às novas realidades nos âmbitos dos avanços tecnológicos, dos recursos humanos e das novas acessibilidades.

Investiram-se muitos milhões de euros nos últimos anos em construção de hospitais e centros de saúde e no devido apetrechamento da rede regional de cuidados de saúde, adaptando o sistema às dos tempos modernos, por isso é preciso rentabilizar esses recursos e colocá-los ao serviço dos açorianos, pois foi só para isso que foram criados.

A generalidade dos partidos da oposição, numa primeira análise, achou positiva a postura do Governo dos Açores, mas, depois, apercebendo-se dos benefícios eleitorais que poderiam advir de uma posição mais crítica, afastaram-se e incidiram a sua ação na gestão de pequenos descontentamentos defendendo capelinhas aqui e ali, numa atitude demagógica, esquecendo o que está verdadeiramente em causa nesta reforma: o bem de todos os açorianos.

Ao ser conhecida a “Proposta de Reestruturação do Serviço Regional de Saúde” logo veio ao de cima os antigos fantasmas do bairrismo exacerbado alimentado por partidos políticos que preferem manter uma posição populista para retirar dividendos eleitorais.

O Governo Regional já declarou que este é um documento de trabalho e, como tal, é aberto a contributos válidos e devidamente justificados.

Isso dá trabalho e compromete, mas é, sem dúvida, aquilo que o povo açoriano espera dos partidos políticos.

16 de maio de 2013

Drogas legais e ilegais


A droga é um problema sério que, aos poucos, se tem vindo a disseminar pelas nossas ilhas, afetando inúmeras famílias que, depois de apanhadas nesta malha, têm dificuldades em reagir atempadamente de modo a debelar esta aflição da qual ninguém está livre.

Não é fácil combater este flagelo, pois de um lado temos redes bem organizadas e por outro temos jovens que, pela sua maior exposição, são mais facilmente persuadidos.

Não obstante este problema do tráfico e consumo de drogas ilícitas, surgiram por esse país fora estabelecimentos que vendem substâncias que, por mais incrível que pareça, estão enquadradas na lei, mas que, no entanto, são tanto ou até mais perigosas que as outras.

Esta questão, qual fenómeno em crescendo, tem merecido muita preocupação junto dos profissionais de saúde e alguma perplexidade no seio das famílias e das comunidades escolares, pelas consequências graves que podem advir para os seus consumidores.

Em boa hora a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores levou à sua sessão plenária, na passada terça-feira, um diploma da autoria do Governo dos Açores que pretende colmatar o vazio legal por onde estas drogas se movimentam.

Assim ficou proibida a venda nos Açores de 160 substâncias psicoativas identificadas pelo Observatório Europeu das Drogas e Toxicodependências.

Muito embora os canais de venda destas substâncias vão, hoje em dia, muito para além das lojas de porta aberta, esta medida é, sobretudo, preventiva, porque, como diz o nosso povo, precaução e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

9 de maio de 2013

Mais um menos um


Na passada semana ficamos a conhecer os cabeças de lista do PSD / Açores a 18 dos 19 municípios dos Açores.

E lá está. Mais uma vez o PSD / Açores não conseguiu fazer o pleno e apresentar de uma só vez todos os seus candidatos.

Já se está a tornar num hábito, pois como é sabido foi muito criticada a opção do PSD / Açores de não apresentar nas últimas eleições regionais candidaturas próprias em todos os círculos eleitorais.

É claro que para os eleitores esta foi também uma surpresa até porque já se tinham habituado a ver nos cartazes e nos panfletos de apelo ao voto uma insistência na imagem de 9 ilhas.

No entanto em Outubro passado a Ilha do Corvo acabou por ficar de fora e foi assim que o 9 do orgulho e da unidade regional se transformou num coxo e envergonhado 8, deixando para trás uma ilha e um povo.

Outra grande novidade daquela semana fértil em acontecimentos é a constatação de que Pedro Passos Coelho, e isso foi dito pelo próprio, não se demite mesmo em caso de derrota nas eleições autárquicas.

Posição idêntica já tinha sido assumida pelo Presidente do PSD / Açores que afirmou, na altura da sua eleição, que não se demitiria da liderança do seu partido caso perca as eleições de 2016.

Embora ambos os casos possam fazer transparecer falta de confiança, admitimos que no caso do segundo é perfeitamente compreensível por se tratar de uma liderança nova, ainda em estado de graça e com necessidade de afirmação. Já no caso de Passos Coelho temos de reconhecer que essa postura é, de facto, uma pena pois talvez a sua saída pudesse representar para os portugueses a renovação da esperança.